Aqui não há favas contadas.
Entrar numa aula partindo do princípio de que os alunos se vão portar bem (e que relativo é o conceito de bom comportamento...) é, no mínimo, uma ingenuidade. Na minha opinião, é partir para a derrota. É como sair de manhã para o trabalho tendo que, obrigatoriamente, percorrer uma estrada habitualmente congestionada estando convencidos de que, hoje sim, hoje é que vai ser, não vai haver filas nem stresse, vai ser um aliviado ver se te avias. O que é que acontece? À primeira contrariedade perdemos a paciência. Numa aula é igual. Até em turmas "boas" os imprevisttos acontecem e é bom estar a contar com eles, encará-los como normais, como previstos. Ninguém tem prazer, é claro, em alunos que constantemente perturbam e não deixam que as coisas fluam, mas tenho aprendido que o stresse é menor quando se tem em conta a possibilidade (quase sempre a certeza) de que algo interromperá o "normal" curso das coisas.
Já achar que crianças, para mais em grupo, irão estar uma manhã inteira com atenção sossegada é muito mais do que ingenuidade. É ignorância. É não conhecê-las. É, se calhar, não admirá-las o suficiente.
Isto não quer dizer que a minha paciência não tem limites.
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