Cãs à parte
Fico sempre incomodado quando me tratam com formalidade. Principalmente quando me parece não haver necessidade. Por vezes percebo as razões, ou tento perceber. Outras, não.
O tratamento com deferência faz-me sentir um estranho. Ainda que o seja, faz-me pensar que a intenção é manter a distância, ser prudente, o que, verdade ou não, me dá a sensação de que não estão a confiar em mim, de que aparento algo suspeito. Chego a duvidar, por vezes, da adequação da minha indumentária.
Também não acho piada a que se use a formalidade intermitentemente. Ou seja, quando está tudo bem palavras e actos são todos informalidade, quando a coisa torce a formalidade instala-se.
Não falo aqui de situações em que são forçosamente necessárias adequações de discurso e postura.
Senhor de precocidade no que respeita a cãs reparo, de há uns tempos a esta parte, que aquilo que antes era "Faz assim...", ou, quando muito, "Faça assim...", é agora "O senhor faça assim..." ou " O senhor já está atendido?".
3 comentários:
Sempre pensei cá para comigo que quando te conheci, tratar-te logo com o à-vontade que foi e tratar-te por tu tinha sido "too much" (ou "too quick"). Mas não. ;)
Abraço
Também tenho pensado nisso, consequência das minhas cãs. Mas como lá diz o ditado: "Cãs que ladram não mordem...." eheheh
Se eu tivesse as tuas cãs exigia que me tratassem por senhor, por patrão, por Sua Alteza. Tens umas brancas invejáveis pá.
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