Da escola, do ensino e dos professores
Não acredito que haja professores a pôr o seguinte em prática. Os professores, regra geral, olham para os alunos, preocupam-se com eles, tentam ajudá-los, alheando-se, pelo menos durante o cumprimento desse intento, das questões que os prejudicam e tentando fazer o melhor apesar de muitos os rebaixarem diminuindo-os na sua dignidade. Todavia, o que abaixo versa é, mais do que tudo, um sentimento de revolta contra uma máquina da qual é praticamente impossível alguém defender-se. Talvez resultasse se posto em prática. Eu não tenho coragem. Além disso, tento dissociar as crianças da irresponsabilidade de alguns pais e da irrazoabilidade de algumas medidas legislativas. Nem sequer se trata de pagar o mal com o bem. Sem vaidade nem presunção (quem quiser que me julgue), trata-se de tentar moldar o futuro na sua génese. Cuidar da planta na sua infância. Ter esperança.
Ensinaram-me a ser pedreiro que constrói catedrais, não apenas a levantar paredes.
Recebido por email:
UMA EXCELENTE FORMA PARA LUTAR CONTRA O ESTATUTO DA CARREIRA DOCENTE!
O Estatuto da Carreira Docente e os Generais
"A plataforma negocial de 14 sindicatos não chegou a acordo com a ministra sobre o novo Estatuto da Carreira Docente.E muito bem. O que se pretende é aniquilar completamente o que resta da dignidade de ensinar. Já nem falo do dinheiro que se perde. A dignidade de 400 mil professores é que não se admite que uma qualquer ministra, que não o será mais do que 4 anos, destrua. Agora: há variadíssimas formas de luta. Desde já proponho uma monumental greve de "zelo", cumprindo apenas os serviços mínimos na sala de aula. Se os pais não se importam com a vida escolar dos seus filhos talvez seja a única forma de o começarem a fazer. Dá-se a matéria mínima, ao ritmo mínimo, tiram-se as dúvidas a quem estudou, não se repetem exposições. Ou seja: temos que fazer com os alunos aquilo que a ministra quer fazer connosco, a ver se os pais entendem a nossa luta e se gostam que o mesmo aconteça aos seus filhos. Estabeleceremos cotas em cada turma: em 20 alunos, só daremos 10% de nota máxima, tal como a ministra faz connosco. Portanto, se houver mais do que 2 alunos que mereçam 5, paciência! Ficam com 5 os dois melhores. Mas se um deles faltou mais de 3 dias por doença, terá que ter paciência. Fica com 4 e sobe o seguinte a aluno-titular. Os outros cotam-se, proporcionalmente, por aí abaixo. 10% de nível 5 e 20% de nível 4. O resto vai corrido a 3. Se uma turma for muito boa e tiver 10 alunos que merecem 4 e 5, outra vez paciência. «Nem todos podem chegar a generais», não é?Dois ficam com 5, quatro com 4 e os restantes terão 3. Mesmo que, também esses merecessem 5. Faltaram? Quem os mandou adoecer a eles ou aos pais? Quem mandou o carro avariar e chegar tarde uma vez? Quem mandou o irmão mais novo apanhar sarampo? É cotas, é cotas! Não foram os pais que aprenderam com a ministra que «nem todos podem chegar a general»?Pois então? Os seus filhos também não!"
Nenhum comentário:
Postar um comentário