4.6.09

Como é que gostaria de ser recordado, Sr. Manuel de Oliveira?

Ainda agora, na RTP, em entrevista com Judite de Sousa (a, para mim, assustadora Judite de Sousa).

"Com a mesma melancolia com que recordo todos aqueles (amigos, etc) que foram desaparecendo.", respondeu o senhor.

Certa vez, há cerca de dez anos, respondi a uma amiga, já não sei a propósito de quê, que gostaria de ser recordado com pena. Em tempo algum me compararei a Manuel de Oliveira, mas, ao ouvi-lo dizer estas palavras, um sentimento de alegria e, confesso, de triunfo, me percorreu as veias e a alma. Era exactamente aquilo que eu queria dizer quando respondi àquela amiga. A sua reacção, no entanto, na altura, deixou-me a modos que traumatizado (daí lembrar-me...). "PENA!!! Pena é um sentimento horrível!!!" Mais coisa menos coisa.
Com a sensação imediata de ter sido incompreendido, fiquei, ao mesmo tempo, e apesar disso, a pensar até que ponto ela não teria razão, a tentar perceber se realmente não seria terrível aquele meu almejo. Com a agravante de que a dita pareceu perder-me o respeito, sendo, ainda por cima, atraente, com todo o peso que isso traz ao ego masculino.
Não sou nada de cantar vitória, de esfregar o erro do adversário nas suas fuças, mas, bolas!, eu sabia que tinha razão! Não era é lá muito confiante...

À parte: ou a Sr.ª Judite de Sousa, na sua gentileza e cortesia, vociferava a entrevista por demonstração de atenção para com a (possível) surdez do entrevistado, ou, então, ela própria tem dificuldade em ouvir a sua própria voz; aquilo já me estava a causar espécie e a meter pena (pena!); será que as suas entrevistas são feitas, por inexistência de outro espaço, em estúdios contíguos a deficientemente isolados outros de gravação de Trash Metal?!

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