22.3.10

O "Bullying" é um problema das escolas

"Não se trata de um fenómeno exclusivamente americano, mas global, com a competição a nível internacional a fazer baixar os custos de mão-de-obra que cria forças económicas que pressionam as famílias. Vivemos uma época de famílias financeiramente sitiadas em que ambos os pais trabalham longas horas, deixando os filhos entregues a si mesmos ou a ver televisão; em que cada vez mais crianças crescem na pobreza; em que a família monoparental está a tornar-se cada vez mais vulgar; em que cada vez mais crianças são deixadas em creches tão mal dirigidas que na prática equivalem ao abandono. Tudo isto significa, mesmo para os pais melhor intencionados, a erosão dessas incontáveis e pequenas trocas entre pais e filhos que estão na origem das competências emocionais.
Se as famílias deixaram de ter a capacidade efectiva de preparar todas as nossas crianças para a vida, que podemos nós fazer? Um olhar mais atento às mecânicas dos problemas específicos sugere o modo como determinados défices nas competências sociais ou emocionais lançam as bases de problemas graves, e como medidas correctivas ou preventivas bem direccionadas podem ajudar a manter as crianças no bom caminho".


DANIEL GOLEMAN, Inteligência Emocinal

Este texto tem treze anos. As famílias não ficaram financeiramente sitiadas com a recente crise mundial. A estratégia sempre foi a mesma nos negócios: produzir ao mais baixo custo. Imagino que as leis que proíbem a escravatura sejam ainda um engulho aos olhos de muitos. Mas há escravatura. Escravatura remunerada. Salário mínimo. Escravatura legal. Salário para comer e para beber. Os escravos também comiam e bebiam. E não pagavam contas nem rendas.

Nenhum comentário: