16.1.08

Cessação tabágica

A expressão não é minha, é estranha e considero-a um pouco estúpida por ser tão hermética na sua compreensibilidade (quase tanto como este palavrão). Mais por ter sido usada numa notícia de um jornal nacional informativa da existência de uma consulta para ajudar pessoas a deixar de fumar. Melhor, a cessar de fumar. Consulta de cessação tabágica, portanto. Reconheço a sua economia, o facto de ser conceptualizante (mais um), mas penso-a de difícil compreensão para as massas.
Chegou-me às mãos reimpressa num manual escolar e utilizei o texto hospedeiro, a par com um outro muito mais criativo, divertido e interessante, para debater com os ganapos as vantagens da lei anti-fumo em espaços públicos fechados. Primeiro a sua opinião, depois os textos, como quase sempre. É óbvio que tive que descodificar a locução quase alienígena, exercício que, numa aula de Língua Portuguesa, até tem a sua piada e vantagens que talvez permaneçam na cabecinha dos meninos. Mas numa notícia para massas, repito, ainda por cima informativa de uma utilidade pública, é, no mínimo, estranha.
Já que falo do assunto aproveito para dizer que conheço duas pessoas que estão a tentar deixar de fumar desde que a nova lei saiu, embora uma delas diga que a cara nada tem a ver com a careta.
Também me apetece dizer que, com tantos guetos que existem, agora há um que tem a sua piada (não que outros não tenham conseguido a sua): o gueto dos fumadores. Esta manhã tive que esconder um sorriso, interior e exterior, que, embora não malicioso e até com uma certa pena, se divertiu ao ver as nove ou dez pessoas que se aglomeravam à porta do seu local de trabalho para matar o vício. É cessar, é cessar.

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