Quando prestar contas, afinal de contas, até nem é mau
Considero um dos problemas maiores da avaliação de professores o umbiguismo. Do avaliado ao avaliador a coisa perverteu-se - ou está a perverter-se - de tal modo que a preocupação maior é o facto de se ter que prestar contas e, não tanto, como deveria ser, a focalização na tarefa que se tem em mãos e na qualidade da sua execução. Isto faz com que o avaliador não incida o seu óculo no objecto avaliado com a lucidez necessária, já que o receio do avaliador que lhe ascende lhe tolda a objectividade e faz com que o seu principal objectivo seja cumprir, agradar, apresentar resultados não passíveis de represálias.
Os próprios orgãos de soberania dão por vezes a impressão de ter como primordial objectivo a satisfação da opinião pública e, ou, da voracidade dos media, seus indirectos avaliadores. A excessiva necessidade de justificação perante a inquisição jornalística versus possibilidade de assunção de erros e respectiva correcção é prova disso. Digo eu.
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